Quando incentiva práticas como ter um representante do cliente diretamente envolvido no projeto ou manutenção de times auto-gerenciados Scrum influencia diretamente na estrutura, na cultura das organizações – naquilo que convencionou-se chamar de contexto da equipe: o ambiente no qual ela se insere. Obviamente tais mudanças são muito custosas e por vezes impraticáveis.
Com a popularização das metodologias ágeis, e o crescente questionamento em torno de sua real efetividade, surge um grupo que defende mais rigidez na manutenção do contexto da equipe. De acordo com este grupo, estabelecer que um conjunto X de práticas definem uma metodologia ágil, sem levar em consideração o contexto da equipe é, na verdade, um contrassenso. Tais práticas seriam, na verdade, pura burocracia – exatamente uma das coisas que os métodos ágeis buscam eliminar!
Inclusive, vale lembrar que a filosofia ágil não entra no mérito de práticas. O manifesto ágil não fala nada sobre manter o cliente próximo ao time de desenvolvimento ou mesmo sobre ciclos curtos de construção. Esses são conceitos do Scrum e certamente é possível ter um time ágil sem estas características.
Por outro lado, penso que afirmar que a metodologia deve curvar-se ao contexto é descabido. A adoção de uma metodologia ágil requer alguma mudança cultural e na estrutura da organização devido a sua natureza inovadora. Se for para ignorar a abrangência da mudança que a introdução de uma metodologia ágil requer, é melhor nem começar!
O ideal seria, como a maioria das coisas na vida, o caminho do meio: Adaptação do contexto na medida adequada e adoção criteriosa de práticas levando sempre o contexto em consideração. Qual seria então a medida deste equilíbrio? O time sem dúvida. Afinal, não podemos esquecer que indivíduos e sua interação são mais importantes processos e ferramentas.
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